quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Feiticeiros... what next!?

Primeiro, a ‘Passagem do Noroeste’ - livre de gelo durante o Inverno de 2007. No final de 2011 o Ártico estava 2 milhões de km2 mais pequeno do que no final do século XX. Depois, um artigo da revista Visão (http://visao.sapo.pt/artico-em-vias-de-extincao=f685032) mostrava a comparação do volume do gelo do Ártico desde 1979. Em Julho de 2012, registou-se o desaparecimento de 97% da capa de gelo que cobre a Groenlândia! Não há registos de que alguma vez o fenómeno tenha tido esta magnitude. Segundo a NASA, enquanto a 8 de Julho os satélites mostravam que 40% da superfície fora afectada, quatro dias depois 97% da superfície tinha derretido (http://www.clarin.com/medio_ambiente/inedito-derritio-completo-cubre-Groenlandia_0_743325841.html, de 25.07.12)!
Nos últimos 5 anos, Groenlândia e Antártida perdem 3 vezes mais gelo do que na década de 1990 (TSF, 29.11.12).

Agora, um novo estudo por 47 especialistas de 26 centros internacionais comprova a realidade dos factos! Agora, a WWF fala de fundos de compensação para as consequências produzidas em países do terceiro mundo!
Isto só me recorda a frase de Clara Pinto Correia (em ‘A maravilhosa aventura da vida’): “Esta nossa tendência para aprendizes de feiticeiro que provoca resultados adversos quando menos se espera requer urgentemente uma pausa para pensarmos na forma inconsequente e arrogante como lidamos com o nosso planeta”. Apesar de recebermos cada vez “mais avisos de que isso só vai dar-nos cabo da vida”, continuamos com constantes testes aos limites do planeta.

Seguem-se as florestas!?

Este blogue termina aqui as suas 'funções', com a expectativa de que a evidência dos números e a respetiva mensagem tenham chegado a 'alguém', pelo menos, e de que possa contribuir para a alteração de comportamentos num futuro próximo.

Os dados relativos ao impacto das alterações climáticas nas florestas (bem como eventuais actualizações relativas a glaciares), com a respetiva mensagem de alerta, passarão a ser divulgados no blogue: http://travessiaoceanica.blogspot.com.
Este projeto, já em andamento, prevê a travessia do Atlântico num barco a remos, em solitário, para chegar até ao Brasil onde será feita a 'ponte' para a realidade da Amazónia. Espero que acompanhem!

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Dos glaciares às florestas!

Dos glaciares às florestas é uma espécie de passagem de testemunho. Os dados são tão alarmantes para um sistema como para outro, mas todos têm a mesma origem!

«No início do ano (04.04.11), a TVE divulgou que se tinham atingido os 40% na redução da capa de ozono sobre o Ártico. No final do ano (29.11.11), o jornal i referia que o Ártico está 2 milhões de km2 mais pequeno do que no final do século XX – a perda de gelo registada desde os anos 70 “é maior do que alguma vez foi em, pelo menos, 1450 anos”.

A história do consumo energético e do crescimento económico e demográfico da humanidade nos últimos 100 anos “indica-nos que as alterações climáticas são, em boa parte, consequência de um desenvolvimento económico e demográfico sem precedentes, possibilitado pelo uso massivo dos combustíveis fósseis”, como o carvão, o petróleo e o gás (Mariano Marzo, catedrático de Recursos Energéticos, Fac. Geología Univ. Barcelona, El País, 22.02.11). Segundo a Organização Mundial de Meteorología, 17 países registaram em Agosto de 2010 recordes de temperaturas máximas. Se alguém ainda tem dúvidas de que o Homem está a provocar o aquecimento global, aqui ficam mais dados objectivos: “O séc. XX foi o mais quente dos últimos 1.000 anos” (NCuatro, 06.02.11). Os 13 anos mais quentes registados na Terra aconteceram nos últimos 15 anos; a Finlândia teve o verão mais quente em 200 anos (2011); a Arménia bateu o recorde da temperatura mais alta na história do país: 43,7º; no leste do Quénia, oeste da Somália e sul da Etiópia, choveu menos 50% a 80% do que o normal. No sudeste da Ásia, a época das monções (Jun.-Set.) foi muito mais molhada do que o habitual - em alguns lugares como o delta do Mekong choveu 80% mais que o normal (jornal i, 30.11.11).

Um novo estudo demonstrou que um terço da floresta Amazónica está em risco de desaparecer até ao final do século, se a temperatura média aumentar 2º (sem contar com a continua desflorestação provocada pelo Homem) – acontece que a temperatura já aumentou 0,75º. Se chegar a 1 grau o processo pode tornar-se irreversível… A Amazónia absorve 1,5 milhões de toneladas de CO2 (o equivalente à poluição dos EUA?), mas a última grande seca afectou 3 milhões de km2 da floresta. A grande floresta era vista como o pulmão do mundo, mas agora percebemos que é mais do que isso - com 20% da água doce que corre no mundo, ela desempenha também funções de rim para o planeta e as de outros orgãos reguladores, tal como no corpo humano. O problema agora é que de purificador a Amazónia pode passar a contribuinte para a poluição…
O problema da devastação das florestas é, como tal, de primordial importancia. Se há uns anos se soube que na Malásia sobravam apenas 20% da floresta original, agora é a exploração ilegal de madeira na Serra Leoa que está a pôr em risco de sobrevivência as florestas do país – estas poderão desaparecer dentro de uma década e membros do governo estão envolvidos no negócio (jornal i, 30.11.11)».
 
Trecho de ‘Ensaio sobre a solidão’ (o livro a publicar sobre a travessia do Atlântico, a remos). Remeto-vos agora para o blog desta travessia que transporta uma mensagem sobre Eco-eficiência, Conservação e Sustentabilidade, através da defesa das florestas, em particular da Amazónia: http://travessiaoceanica.blogspot.com (ou http://paraguacu2012.blogspot.com, em castelhano e inglês).
No facebook podem seguir através de:

Fotos de 'Save the Amazonas' (a do cadáver de zebra é do autor e foi registada durante o programa Ice Watch no Quénia).

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Mais desgelo...

A ‘Passagem do Noroeste’, a via que liga o Atlântico norte ao norte do Pacífico, esteve pela primeira vez livre de gelo durante um Inverno – foi em 2007! A esta referência do livro ‘Os Novos Exploradores Lusos e a Aventura dos Sentidos’ (Bubok.pt, 2011), seguia-se um comentário do Dr. John Gerrard, geomorfologista e Presidente da Fundação Mount Everest, que dizia não haver muitas dúvidas de que “a maioria dos glaciares estão a retrair-se a uma percentagem elevada. Isto terá repercussões a médio prazo no abastecimento de água mas pode ter impacto mais imediato ao nível das catástrofes naturais.”

Agora, em Julho deste ano, registou-se o desaparecimento de 97% da capa de gelo que cobre a Groenlândia! O fenómeno ocorre sempre no verão mas não há registos de que alguma vez tenha tido esta magnitude. Desta vez, segundo as observações via satélite, o fenómeno consomou-se em apenas alguns días!
A NASA acrescentou que o desgelo "se extendeu rapidamente" e, enquanto a 8 de Julho os satélites mostravan que afectaba cerca de 40% da superficie, quatro dias depois 97% da superfície tinha derretido! Os investigadores ainda não determinaram como este desgelo massivo afectará a subida do nível do mar e a perda de massa de água da ilha (segundo http://www.clarin.com/medio_ambiente/inedito-derritio-completo-cubre-Groenlandia_0_743325841.html, de 25.07.12). Que é como quem diz: ‘não determinaram a gravidade das consequências’. Mas é melhor mesmo passar a contar com elas!

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Himalaias

Os glaciares analisados no âmbito do projecto ‘Ice Watch’ e retratados neste blog, foram: Exit glacier, Alasca; Aletschgletscher, Suíça; glaciar ‘M’ do Kilimanjaro, Tanzânia; glaciar Chacaltaya, Bolívia; Jostedalsbreen, Noruega. Termino esta análise (eventualmente, sem prejuízo de recuperar histórias do Exit e do Kili) com um glaciar dos Himalaias - o Gebrayak, no Tibete, oposto ao vale do Khumbu pelo qual escorrem os gelos do Everest.

O Sherpa Temba Tsheri, que com 16 anos (em 2001) foi o mais jovem a escalar o Everest, disse em 2004: “Everest é o orgulho da Nação, mas mais do que isso, é um presente para o mundo. O lago Tsho Rolpa formou-se perto da área de onde venho. Os locais vivem com medo de que o lago rebente” (esta não pára de encher com a neve derretida). O Sherpa Pemba Dorjee, o mais rápido alguma vez a escalar o Everest (subiu-a 4 vezes), disse: “No ano passado quando Edmund Hillary veio ao Everest (2003), ele disse-me que muita neve tinha derretido nos 50 anos que passaram desde que ele escalou por primeira vez o Everest. Em 1953 a neve e o gelo chegavam até ao campo base, mas agora acaba 5 km mais acima. O Everest está a perder a sua beleza natural. Se isto continua, então os turistas não virão mais. As nossas comunidades dependem do turismo. É o meu sustento, como guia de expedições e escalador, e se perdermos isto, não haverá nada para as nossas crianças.”

Cesare, guia da empresa italiana de expedições Mountain Kingdom, que partilhou comigo a estadia no campo base avançado do Cho Oyu, confirmou que, anos atrás, as ‘velas’ de gelo do glaciar frente ao passo Nhampa-lá e ao ABC (nas fotos), eram mais altas. Enviou-me fotografias suas (de 2005 e 2006) para compará-las com as minhas (de 2011). De facto notam-se algumas ‘ausências’, mas devido à quantidade de neve existente a tal altitude, especialmente na época pós-monções em que ali estive, é ainda difícil falar de consequências naquelas latitudes – quando muito estas notar-se-ão nos deltas dos grandes rios (Ganjes e Yangtzé, entre eles) que aqueles glaciares acabam por alimentar...


Fotos: pináculos entre ABC e Camp 1, em 2005 e em 2011.

De facto, embora houvesse mais neve recentemente caída no ano de 2011 relativamente ao de 2005, após uma comparação atenta de algumas fotos, encontramos alguma ‘faltas’ no gelo permanente (o que conta), em forma de ‘vela’, no ano mais recente. A falta mais óbvia e significativa verifica-se na morena do glaciar onde, no ano mais recente, os pináculos de gelo já não se aproximam tanto da crista daquela como no ano de 2005:

Fotos: morena do Gebrayak em 2005 e em 2011.

domingo, 24 de junho de 2012

Crónicas de glaciares - ‘Noruega II’


 
A Noruega é liiiinda... mas os glaciares também estão em perigo!
Dia 23 parto para o Nepal. Tal como na Noruega, pretendo analisar efeitos da redução dos glaciares do vale do Khumbu, sobranceiro ao Everest, mas desta vez levando os esquis às costas com a intenção de neles descer da sexta montanha mais alta da Terra.
Anteriormente (http://cronicasdozezinho.blogspot.com, 26.11.10), dei noticia de que o glaciar de Chacaltaya, na Bolívia, desapareceu definitivamente em 2008 (como previsto 10 anos antes). Com isso encerrou a respectiva pista de ski e o panorama é agora desolador. Já não há neve a 5.300m de altitude! (tal como referi a respeito do Kilimanjaro: os efeitos notam-se mais drasticamente nas grandes altitudes e latitudes, e perto do equador).
Na Noruega situa-se o maior glaciar da Europa - o Jostedalsbreen (breen = glaciar), com uma área de 487km2. Actualmente o plateau tem uma extensão de pouco mais de 40km mas já foi muito longo...

Estive na ‘lingua’ de Boyabreen, uma das 25 que saem do glaciar principal. Boyabreen é braço mais longo, alimenta o fiord de Fjaerland, e está em retrocesso paulatino.
Na foto vemos a evolução desse retrocesso desde 1886. Na foto seguinte vemos a evolução das temperaturas globais desde 1860, notando-se claramente o acentuado incremento a partir da década de 1980.
A história do consumo energético e do crescimento económico e demográfico da humanidade nos últimos 100 anos, “indica-nos que as alterações climáticas são, em boa parte, consequência de um desenvolvimento económico e demográfico sem precedentes, possibilitado pelo uso massivo dos combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás)” (por Mariano Marzo, catedrático de Recursos Energéticos da Fac. Geologia da Universidade de Barcelona, ao El País, 22.02.11). Segundo a OMM (org. mundial de meteo), 17 países registaram recordes de temperaturas máximas (Ago.10).
É para alertar para estes factos, e para contribuir para a consciencialização das suas consequências, que pretendo levar a cabo a travessia do Atlântico em barco a remos, em 2012 (projecto ‘Paraguaçú’, em http://travessiaoceanica.blogspot.com).
Curiosidade: Em 1972 um pequeno avião despenhou-se no plateau de Jostedalsbreen. O piloto morreu e foi evacuado. Os restos do aparelho foram sendo cobertos pela neve... Devido ao lento movimento das massas de gelo, espera-se que algum dia os destroços reapareçam no topo do Boyabreen.


(outras fotos da Noruega no Facebook: http://www.facebook.com/media/set/?set=a.10150389263954778.435119.613684777&l=7529cdb7a4&type=1)

terça-feira, 5 de junho de 2012

O meu novo livro (ainda não editado), 'Horizonte Branco - reflexões da montanha', aborda o tema da redução dos glaciares e as conclusões das análises efectuadas a diversos glaciares de 5 continentes. Aqui fica um trecho..."A alta montanha constitui um espaço natural rude, crú e genuíno, e,  como tal, de maior elevação, de fuga à maldade de que se impregnam as urbes, os espaços de concentração humana onde caprichos e ambições pessoais cada vez mais se sobrepõe a tudo o resto. Não me refiro à crueldade, porque este meio natural também apresenta essa faceta. No entanto, essa é precisamente a que condiciona as nossas prioridades, remetendo para segundo plano os nossos egoísmos, a mesquinhês, o desenvolvimento dentro de nós de caprichos de comodismo, vaidade e luxúria...
A viagem por estes horizontes começou, talvez, nos Pirinéus ou nos Alpes. Adquiriu contornos, eventualmente, na cordilheira andina. Germinou, possivelmente, nas montanhas do Cáucaso. Seguramente ganhou corpo no Alasca e nos maiores e mais longos glaciares da  Europa e África.  Materializou-se  nos  Himalaias,  a  cordilheira que acomoda as mais altas montanhas do mundo, onde muitos se candidatam a passar por diferentes tipos de ‘sofrimento’ mas só uns poucos encontram verdadeira justificação para tal.
De mais de 8 mil metros de altitude desci uma destas montanhas a esquiar, ao passo que outros viviam horas trágicas na procura de uns minutos de ‘glória’ pessoal. A tragédia é a companheira temida, maldita e dispensável, mas por vezes inevitável, em cada uma destas montanhas: a derrota está sempre presente, os sucessos são duvidosos. Uma jovem promessa do alpinismo espanhol, Lucía, de 23 anos, comprometida com o seu objectivo, irradiando tenacidade e perseverança, viveu esse conflito".
Foto: desde o Elbrus, Rússia

Novas perspectivas para o mundo …

… how does it affect Portugal?



We were explaining the receding of the glaciers of Kilimanjaro. The journalist asked: “and how does it affect Portugal?”. Well, the lack of water coming down the mountain may turn dry the Mara river and erase the big migration of the wild beast … and so much for the tourism … This would be just a minor collateral damage to the portuguese travel agencies. We talked about the Theory of Caos (a butterfly in Japan …): as an integrated system, a problem on one area of the planet can have consequencies on the rest of the world. At this moment, the effects of global warming are permanently visible in high latitudes (near the poles) and altitudes (say, above 2.500 meters). In lower latitudes (closer to the tropics) those effects are seen as casual and violent phenomena, but their frequency and intensity is increasing at a scary rate! I am talking about hurricanes, snow and sand storms, floods, droughts … In the past, China registered winds of 130km/h, once every 5 years. Nowadays, the same windstorms devastate Beijing 2 or 3 times a year. ‘Climate refugies’ is the new expression to designate people deslocated from their usual habitat due to its destruction by ‘natural’ causes. The number will reach 50 million refugies in 2011 (200M in 2080, according to the a Environment Defense Fund). The European Union already estimated the loss of millions of euros (65?) per year, due to direct effects of the global warming. Portugal could be one of the most affected countries (in domains such as water shortage, impact on coast lines, agriculture, forests …), as well as other coastal cities. A hurricane level 4 over New York could represent a 1 billion dolars loss to the city …

The Start …


On the 6th Dec. starts the Copenhagen Summit and the Ice Care team will be on it´s way to the Mount Kilimanjaro. On the 11th Dec. the International Day of the Mountain will be highlighted (www.fao.org) and, with some luck, precisely on that date we will reach the top of Africa (5.896m) and it´s glaciers, adding even more symbolism to the second Ice Care expedition.
The departure of the team takes place on the 4th of Dec. We will be 7 members, including the anthropologist Joana RP, who will guide us through the visit to the Maasai people to understand their problems resulting from the climate changes, the HPP Health doctor Cristina Pereira, and 3 participants of the ‘social program’, that will help us to register the receding of the Kili glaciers.
Meanwhile, China was promising to lead the reduction on the greenhouse gases effects through the next decade. India wanted to play game, and the USA could not stay behind …
After the impact of the movie presented by Al Gore, now was the time for the photographer James Balog, whose video (19 min.) is worth to watch. Balog shares new image sequences from the Extreme Ice Survey, a network of time-lapse cameras recording glaciers receding at an alarming rate, some of the most vivid evidence yet of climate change: http://www.ted.com/talks/james_balog_time_lapse_proof_of_extreme_ice_loss.html

New perspectives

Na tomada de posições para a próxima cimeira de Copenhaga, a China prometia liderar a redução dos gases de efeito de estufa na próxima década. A India pretendia acompanhar, e os EUA não podiam deixar-se ficar para trás …  Mas parece que já estão a recuar nestas intenções!
Ecologia e Sustentabilidade não são apenas uma ‘moda’. O projecto Ice Watch pretende reforçar esta ideia, apontando setas para as consequências do problema nos glaciares. Depois do politico Al Gore, o fotógrafo James Balog publicou um video (19 min.) elucidativo. Vale a pena ver:
TED Talks Photographer James Balog shares new image sequences from the Extreme Ice Survey, a network of time-lapse cameras recording glaciers receding at an alarming rate, some of the most vivid evidence yet of climate change:
http://www.ted.com/talks/james_balog_time_lapse_proof_of_extreme_ice_loss.html

álbum Kilimanjaro - African Experience:
http://www.facebook.com/#!/media/set/?set=a.337003109777.199091.613684777&type=3

 

Climate change and energy efficiency

The UN brought together in Geneva 2500 experts from all over the world for the World Meteo Organization conference to discuss the future of the Quioto agreement. Meanwhile, in Tripoli (Líbia), the countries of the African Union took a comum position to the Copenhagen summit, in December: “the poor countries need to get financial aid, to get ajusted” (DN, 02.09.09). A UN report estimates on 600 billion dolars (1% of the world’s GDP and 30 times more than what has been spended with the problem), the ammount needed annualy, for poor countries to adopt the technologies that allow to reduce the gases that provocate the greenhouse effect, “responsible for the climate disturbance on the planet”. The authors defend a “massiv support”, with world wide investments, to achieve a sustainable and cleaner growth.

At the same time, in Nepal, the countries of the himalayan range were discussing the risks of climate changes to the mountain glaciers. This is also the alert that the Ice Care project aims to achieve. Our next expedition, to the Kilimanjaro glaciers in África, is planned to happen precisely at the same time as the Copenhagen summit.

The Dirigir magazine (2nd trimester 09) puts the focus on several ‘green ideas’ and ‘tendencies’ that will contribute to soften the paradigma of century – “improve the quality of life without destroying the environment in the attempt” (NG 2008, ‘El pulso de la Tierra’): an airport in Liverpool wants to try a revolutionary technology, by recycling the air exaled by passengers and convert it in biofuel to use on diesel vehicles; a company developed the concept of ‘solar road panels’, to pave roads in a way to store solar energy to supply commercial and residential units (www.greencarcongress.com/2009/02/solarroadways.html); investigators found a way to produce hidrogen with normal temperatures using aluminium aglomerate (http://feedproxy.google.com/~r/SiteinovacaoTecnologica/~3/AVwrWUDdlGo/noticia.php). The USA developed energy efficient programs that, if applied, would lead to reductions of 22% on the use of energy growth rate, in 2030; in 2005 the swedish government ordered a study aiming its independence from the use of oil (http://www.leonardo-energy.org/call-oil-independence-%E2%80%93-highligts-needenergy-efficiency). Recently, also “Eslovenia announced that 2/3 of its territory are protected areas, and the Maldive islands decided to totally abandon the use of fossil energies” (from my new book ‘The new explorers and the adventures of senses’, http://aventuraaomáximo.blogspot.com). 
Picture: Monte Rosa glacier, Alps

segunda-feira, 16 de abril de 2012

O meu compromisso pessoal, desde há vários anos, com questões ambientais e desportivas, levou-me a investigar sobre a regressão de alguns glaciares do mundo em consequência das alterações climáticas. Revia-me na perspectiva do aventureiro extremo Mike Horn (“o que podemos dar ao mundo em retorno” daquilo que exploramos e estragamos?), e o objectivo da iniciativa seria contribuir com uma pequena parte – devolver ao planeta, sob a forma de consciencialização, um pouco daquilo que lhe retiramos, sem olhar aos ‘danos colaterais’…
Para isso, o programa de visitas a alguns destes glaciares mais representativos, adquiriu o nome de ‘Ice Watch’ (ver http://glaciarwatch.blogspot.com) e assumiu a forma de um desafio desportivo, como a travessia do glaciar em causa ou a subida a alguma montanha adjacente.
«As expedições perdem um pouco do carácter pioneiro anterior (lugares realmente novos para explorar quase deixaram de existir), e passam a ser essencialmente ‘solitárias’, mas também ‘solidárias’. Hoje em dia, ganha força uma nova dimensão das viagens de exploração: o desporto de intervenção. Ou seja, organizam-se viagens e aventuras que chamem atenção dos meios de comunicação e tenham repercussão no público, com vista a alertar a consciência colectiva para determinados problemas sociais e a contribuir para a sua resolução. As grandes causas ganham novos aliados - os ‘novos aventureiros’, que deste modo procuram encontrar maneira de financiar o seu projecto e de dar o seu contributo para causas importantes nas sociedades de hoje (poluição, pobreza, injustiça, protecção da vida animal, …), tentando ‘devolver’ ao mundo um pouco daquilo que nos habituámos a retirar sem medir consequências», tentei explicar em ‘Os novos exploradores e a aventura dos sentidos’.

Na superfície da Terra há cerca de 5.398.263.000 km³ de água, que se distribuem da seguinte forma:
- 1.320.000.000 km³ (97%), água do mar.
- 40.000.000 km³ (3%), água doce.
- 25.000.000 km³ (1,8%), gelo.
- 13.000.000 km³ (0,96%), água subterrânea.
- 250.000 km³ (0,02%), água de lagos e rios.
- 13.000 km³ (0,001%), vapor de agua.

A vasta maioria, quase 90%, da massa de gelo da Terra situa-se na Antártida, enquanto que a capa de gelo da Groenlândia contém 10% do total da massa de gelo do planeta.
Os glaciares retrocedem quando o gelo do fundo se derrete mais rapidamente do que a velocidade a que o mesmo é empurrado montanha a baixo (pela acumulação a montante). Este fenómeno acelerou-se em anos recentes devido à menor percipitação geral em forma de neve, provocada pelo ‘aquecimento global’.
A capa de gelo do Pólo Norte, está 2 milhões de km2 mais pequena do que no final do séc. XX - a perda de gelo registada desde os anos 70 “é maior do que alguma vez foi em, pelo menos, 1450 anos” (Jornal i, 30.11.11). O canal espanhol La Sexta divulgou (18.03.12) a conclusão que prova que “nos últimos 4 anos duplicou o derretimento do gelo nos glaciares”.
No Alasca exitem dezenas de milhar de glaciares. Os factores climáticos afectam-nos ainda hoje e, durante o corrente aquecimento do clima, aqueles retrocedem e reduzem-se em dimensão, em percentagens “facilmente mensuráveis numa escala anual” (Susan Huse, bióloga do Alaska Support Office).
Ali em Seward, em Junho de 2008, e na sequência da travessia dos glaciares do Denali para chegar ao ‘cume do continente norte-americano’, o grupo de espanhóis e um português (expedição ‘Iberian Climbers’) decidiu, com alguma persuasão, visitar o glaciar Exit (além de, mais ao norte, o paralelo 66º que marca a linha de início do circulo polar ártico, e as termas naturais de Sheena...).

Os glaciares analisados no âmbito do projecto ‘Ice Watch’ e aqui retratados, são: Exit glacier, Alasca (na foto); Aletschgletscher, Suiça; glaciar ‘M’ do Kilimanjaro, Tanzânia; glaciar Chacaltaya, Bolivia; Jostedalsbreen, Noruega; Gebrayak, Tibete.